HANDEBOL - Conciliar carreira e maternidade é o novo desafio de Silvia Helena em clube maranhense

Interromper a carreira pelo sonho da maternidade é uma decisão muito comum na vida de uma atleta. No handebol também é assim, mas, muitas vezes, a paixão pela quadra é tão grande que o ponto final acaba transformando-se em uma vírgula. Foi assim com a armadora Silvia Helena Pinheiro, que após mais de dez anos defendendo a Seleção Brasileira, realizou o grande sonho de ser mãe em 2015. No entanto, o amor ao handebol fez com que ela retornasse à ativa este ano, representando o Moto Club, de São Luís (MA), sua cidade natal, na primeira vez que a equipe disputa a Liga Nacional.

Silvia Helena tem uma longa história vestindo a camisa do Brasil. A atleta é tricampeã dos Jogos Pan-Americanos e participou dos Jogos Olímpicos de Pequim e Londres, além de seis Mundiais Adultos. Atuou dez anos fora do País por clubes de Portugal, Espanha, Hungria, Áustria e França. No Brasil, Silvia jogou pelos times das cidades de Blumenau (SC), Osasco (SP), São Bernardo do Campo (SP), Guarulhos (SP) e Concórdia (SC).

Mesmo com tantos feitos profissionais, a atleta sabia que faltava alguma coisa pelo lado pessoal. "Sempre tive esse sonho de ser mãe. No meio de 2014, quando meu contrato na França terminou, já tinha esse objetivo. Quando voltei ao Brasil, o Alexandre Schneider, técnico da UnC/Concórdia (SC), me convidou para jogar a Liga Nacional e aceitei o convite", disse Silvia, contando que adiou mais um pouco o objetivo.

Após curtir bastante a pequena Helena, hoje com um ano e um mês, Silvia chegou à conclusão de que era perfeitamente possível conciliar a vida de mãe e atleta, ainda mais representando uma equipe de casa. Foi então que voltou a treinar em julho de 2016 e está defendendo o Moto Club (MA), que integra o grupo B da Conferência Nordeste da Liga Nacional Feminina. No primeiro turno da chave, o clube maranhense foi derrotado nos dois jogos que realizou, mas, apesar do resultado não ser o esperado, a experiente jogadora de 35 anos se mostrou satisfeita. "Estou bem feliz com o meu retorno, ainda mais jogando em casa. O Moto Club é uma equipe que precisa de um pouco mais de estrutura. Deveríamos estar mais preparadas para a Liga, mas foi tudo muito rápido. Treinamos dois meses e já fomos para a competição", falou a atleta, que entra em quadra pelo Moto Club (MA) na sexta-feira (7) e no domingo (9), pelo segundo turno da Conferência Nordeste.

O retorno de Silvia às quadras também tem um motivo nobre: ajudar o Estado a fomentar a modalidade. "Estou voltando agora e quero jogar mais um ano. Meu objetivo é estruturar melhor a equipe para jogar a Liga Nacional em 2017. Estou jogando aqui justamente para dar mais visibilidade ao Estado e para ajudar o clube a conseguir patrocinadores para nos apoiar. Depois que me aposentar, pretendo criar um projeto com as categorias menores aqui no Maranhão. Vejo que ainda falta muito investimento na base por aqui", apontou.

Silvia também elogiou o novo modelo da Liga Nacional, que abrange mais clubes e promove a integração de todas as regiões do Brasil. "Esse novo formato é ótimo. Todo mundo no meio do handebol está feliz com isso. E quem não está, deveria ficar também. Foi uma ótima iniciativa da CBHb (Confederação Brasileira de Handebol). O nível das equipes está bem legal, me surpreendi bastante nas partidas que fizemos. Claro que as equipes do Norte e Nordeste têm muito a crescer, mas todo mundo estava pedindo essa integração entre os times de todas as regiões", concluiu.

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