RÁDIO MARINGÁ - Ginasta despede-se da GR depois de 19 anos de prática

A ginasta Monize Gmach, 24 anos, irmã mais velha das irmãs Mayra Gmach, 18, e Morgana Gmach, 21, encerra nesta sexta-feira, 12 as suas atividades no clube Sadia, depois de 19 anos fazendo ginástica rítmica. A atleta parte para novos rumos e pretende dedicar-se inicialmente ao circo. A ginasta, que concluiu o curso de bacharelado em Educação Física na Unipar em Toledo pretende dedicar-se à nova atividade no Canadá e busca uma vaga no Circo Cavalia, onde atua o namorado Lucas Altemeyer de Oliveira, ex-integrante da equipe brasileira de Ginástica Artística. O atleta está há dois anos no Canadá e Monize, que durante este período fez alguns estágios naquele país, pretende tentar carreira no circo, uma forma que encontrou para não deixar de lado todos os anos de aprendizado na ginástica rítmica.

“A carreira no circo não é muito longa. Exige muito do atleta e por isso pretendo me dedicar agora ao circo, mas depois quero atuar como treinadora na Ginástica Rítmica”, disse ela, que já está atenta a outras oportunidades no exterior, incluindo o Canadá. O desafio é semelhante ao do namorado, que há dois anos está no circo, mas que igualmente pretende atuar na modalidade de ginástica artística, ensinando o que aprendeu na faculdade de Educação Física e nos anos que praticou a modalidade como atleta da equipe de rendimento.

Mesmo tendo participado de seletivas, Monize não conseguiu uma vaga na seleção brasileira, como as irmãs Mayra e Morgana, porém na equipe da Sadia, participando de diversas competições nacionais e internacionais, tanto no individual como no conjunto, conquistou diversos títulos, entre eles de tetracampeã geral de conjuntos (2008, 2009, 2010, 2013), Vice-Campeã Individual Geral Copa Sul Americana Venezuela; Vice-Campeã por Conjunto na Copa Pan Americana Venezuela e Campeã por Equipe no Campeonato Brasileiro Individual Adulto (2011); 3º Lugar por Conjunto na Copa Pan Americana de Clubes, Campeã Brasileira por Equipe Adulto (2012); 3º lugar geral e 3º lugar Aparelho Bola e Fita no Campeonato Brasileiro de Conjunto (2014), campeã paranaense de conjuntos e dos Jogos Abertos do Paraná (2014) , campeã paranaense de conjuntos e dos Jogos Abertos (2015) e campeã no aparelho fita e no aparelho maças e arco e terceiro no geral, no Campeonato Brasileiro de Conjuntos (2015), entre outros títulos estaduais e regionais.



Oportunidades

Para Monize, sempre incentivada pelos pais e com o apoio das outras duas irmãs, a ginástica rítmica foi uma opção de vida. Através dela, teve a oportunidade de conhecer várias cidades brasileiras e também outros países, entre eles a França, Polônia, Argentina, Bulgária e Venezuela. Além disso, garantiu a sua independência financeira, viabilizando o pagamento da faculdade e também a aquisição do carro próprio, além de conhecer o namorado, que também foi atleta de rendimento. “A GR é tudo na minha vida e se tivesse que fazer, faria tudo de novo”, disse ela, grata ao clube Sadia e também aos técnicos que sempre a apoiaram e incentivaram, assim como aos pais. “Eles estavam sempre com a gente, incentivando a continuar quando a gente pensava em desistir”, testemunha.

“A GR é tudo pra mim. Possibilitou que eu conhecesse vários lugares, me auxiliou a construir como pessoa. Desde muito cedo aprendi o que é ter disciplina, responsabilidade e também consegui minha independência financeira, o meu primeiro carro, o meu namorado. Tudo o que tenho hoje está ligado à GR”. Mas isso tudo não foi fácil, ressalta ela. Foi preciso muito foco e também abrir mão de muitas coisas. Enquanto as amigas se divertiam nas baladas ou mesmo em encontros no contraturno escolar ela estava treinando ou cansada demais para sair. Além disso, o compromisso em manter o peso também exigia sacrifícios, não permitindo extravagâncias na alimentação. Ela não toma refrigerantes, evita frituras e doces, buscando sempre uma alimentação saudável.

Embora ao longo da carreira não tenha sofrido nenhuma lesão grave, a convivência com a dor é uma constante. “Todo o atleta de rendimento tem isso. É a dor da prática de atividades físicas até a exaustão”, ressalta.

Para ela, o circo foi a alternativa que encontrou para continuar ligada de certa forma à modalidade. Ela pretende aproveitar os conhecimentos práticos da vida de ginasta e a teoria no curso de Educação Física para fazer acrobacias de circo. Ela tem consciência, no entanto, que assim como no esporte de rendimento, o circo não é algo que poderá fazer por muito tempo. Por conta disso, pensa em novos horizontes, como atuar como técnica, aproveitando a sua experiência e conhecimento como ginasta e no bacharelado de Educação Física. “Acho que tem campo de trabalho nesta área na América do Norte e quero buscar este espaço”, afirma. “Eu poderia ter ido antes, mas queria terminar a faculdade”, conta Monize, que depois de ver a irmã nas Olimpíadas, ao lado dos familiares, segue para o Canadá.

Quando as duas irmãs foram convocadas para a seleção brasileira, a caçula em 2012 e a Morgana em 2015, Monize sentiu um misto de felicidade e tristeza. Ficou feliz pela convocação, sonho de todo o atleta, mas triste por não poder treinar mais ao lado delas. Chegou até a pensar em parar, mas com o apoio da família continuou e hoje sente-se preparada para os novos desafios que a vida lhe apresenta. “Se tivesse que começar agora, faria tudo de novo e até mais pela GR. Eu não desistiria”.

O projeto de Ginástica Rítmica de Toledo, com 26 anos de atuação no município, é patrocinado pela Sadia, conta com as parcerias do Sesi, prefeitura de Toledo, o apoio da Unimed e o co–patrocínio de O Boticário, Sanepar e Prati-Donaduzzi, através de recursos obtidos pela da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte/Governo Federal. 
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